Paulo Emmanuel, querido e amigo
sobrinho!
… Fim de outubro, terça feira 31,
sol e muito calor nesta tarde, 33 graus. Musica clássica de fundo na sala de
visita da fazenda Campo Alegre.
Faz um bom tempo que estou focado em
lhe escrever algumas ideáis e inspiraçoes afim de lhe homenajear nesta tua
formatura de medicina.
Ainda na Espanha, caminhando pelas
ruas das cidades onde trabalhava, percebia meu radar ligado, buscando algo que
me fizesse sentido para lhe oferecer como celebraçao e premiaçao neste momento
impar em sua vida.
E por falar em vida, esta será uma
palabra importante neste dia e em minha carta.
Um dos domingos calorentos na
Espanha, caminhando pelas ruas de LLeida, Cataluña, passei por uma feira de antiguidades que estava em um
passeio central, e perto do rio que corta a cidade, neste momento só olhava os
objetos e coisas sem menor interesse, só olhava como um clínico já velho a
olhar seus pacientes.
Entao em meio a muitos objetos,
velhos, sem brilhos, já desgastados pelo tempo, a espera de sua vez, como
idosos em ante sala de consulta, algo me chamou atençao. Nao por sua
apresentaçao, formato ou corpo, mais
sim, por suas palavras.
Como um descifrar de enigmas, de
misterios, de lendas e crenças.
Um verdadeiro manual da alma. O médico e o sacerdote(1856)
Nao era mudo, pois falava com
palavras escritas, nao era sem escolaridade pois relatava experiencias ora como
doutor, ora como sacerdote.
Te juro, algo me moveu, me acordou, me chamando com gritos nao sonoros, dizendo:
O que busca está aquí!
Arrepios …
Fiquei como um clínico velho quando
acorda para a excencia da vida: jóvem, cheio de curiosidade e com vontadede ir
além do óbviu. Saindo de minha zona de conforto, me aproximei, peguei, toquei,
olhei com intençao , abri minha alma, meu coraçao. E aí ja satisfeito com o
exame feito neste velho livro, meio
médico, meio sacerdote, sorrí conclusivamente e receitei convícto:
-Seja confidente de meu sobrinho
Paulo.
-Esteja com ele todos os momentos de
sua medicina.
-Fale com ele de seu jeito, de
muitas formas e até mudo.
-Silencie quando necessário e
ilumine o médico que irá morar nele .
Aí , o velho livro me perguntou: Só
vendo meu nome já lhe bastou?
Entao respondi: Sim, pois após
muitos anos compreendi que atraz dos olhos de um velho clínico existe uma alma
em busca de vida. E ao viver seu nome por alguns instantes, entendí que o
melhor remédio que um médico ou sacerdote pode lhe receitar é a VIDA!
Lhe dar atividade.
E a VIDA está em sair das
prateleiras, das bibliotecas, das salas sofisticadas e acompanhar o seu
semelhante, aquele que com sede vem buscar água, aquele que sem ar vem buscar
como respirar.
Entao Doutor, esteja com ele, fale
com ele, silencie para ele, e com sua sabedoria e conhecimento ofereça sua luz!
Aí querido Paulo, “Dr Barbosa” antes
de sair com este trunfo nas maos, ouvi outro velho livro me pedir: Leve me
junto, assim viverei minha excencia e serei útil, sou o Manual de Clinica Médica( 1846) posso ser
útil ao Dr, mesmo que os procedimentos nao venham ser os mesmos, mais posso
afirmar, que os pacientes serao...
E antes de dar o diagnóstico
pratique a tri dimensao, seja medico, seja paciente, e olhe com os olhos de
Deus! Nao julgue!
Dr Paulo Emmanuel, que Deus esteja
em suas açoes e intençoes médicas e lhe retribua em Ser Humano !
Parabens, Tio Milo. 31/10/2012 Fazenda Campo Alegre.
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