Tarde e mormasso, pes descalços a tocar a terra da grota.
Meus olhos fixam o espelho d’agua do açude, refletindo a calma do entardecer.
Com duas varas de bambú japones, vou a busca dos lambarís,
meus conhecidos da infancia.
Uma canoa me aguarda ali, fiel e amarrada a me levar pro coraçao do silencio.
Ali, no meio do açude, quietinho, vejo o sol indo bem devagar,
a se esconder atraz do morro.
Enviando cores e tons, trazendo junto com ele os paturis e passaros
que se recolhem a dormir.
Um palheiro aceso é lei, cheiro de fumo bom, a espantar mosquitos,
Mentendo meu olhar bem aberto.Nada de tensao, nem sinal de alerta.
Só ali na canoa, no açude a pescar a paz!
A luz diminui, as sombras crescem, é hora de voltar.
Dos lambaris nem me lembro, só levo comigo a alma leve e os pés no chao.
Ja vejo a fumaça e a luz do fogao de lenha.
Me lembro desta cena, muitas delas desde criança.
Meus tios me guiaram nesta trilha, que aprenderam com minha avó.
E ela junto com meu avo e seus camaradas contruiram este açude.
Feito a carro de boi, levaram muita terra no aterro.
Cevaram ali os peixes e a cultura da relaçao, da boa proza,da conexao com Deus.
Criando assim o momento da paz, pescar lambarí no entardecer .
Onde o peixe é uma desculpa, uma razao que nao importa.
E ao deitar na cama, saber agradecer é o meu boa a noite a Deus.
O Corpo pesa, toca no lençol, ja nao me lembro, nao me lembro…
FÉ, 13 de noviembre de 2010 Sitges
sábado, 13 de noviembre de 2010
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