Urá

Ao longos destes anos todos, a cada ciclo de vida achava encontar sentido na vida com dedicaçao plena a coisas e açoes. Quando criança, a cada brinquedo de faz de conta, vivia o personagem de forma tao real que me exauria forças e energia de um adulto.
As emoçoes eram presentes!
Depois de mais crescido uns 7 anos, fui atraido por um ser de forma tao natural que só de ver em cinema, meu sangue agitava, o coraçao batia e os olhos acendiam como dois farois a contemplar, só contemplar!
Aí passei a me aproximar dia apòs dia dele mesmo que a proporçao de altura era bem desigual.
Nada disto me acanhava, era como encontrar com um elo perdido, com um pedaço de si mesmo.
E mesmo sem ter um tamanho adecuado, iniciei minhas longas viajens com uma bici Hercules preta aro 14, para a seçao de equitaçao da Academia Militar das Agulhas Negras. Eram manhas frias e as vezes geladas, as botas eram sempre improvisadas devido meu pequeno tamanho.Aí tambem iniciava um sonho de poder ter pés bem grandes para poder usar botas de equitaçao de meu pai.
Mais seguindo as pedaladas, lembro que alem da permiçao dada por meu pai para montar cavalos que levava no meu bolso, levava tambem um pedaço de rapadura, agrrado aos meus amigos, e um sonho de um dia conhecer tudo sobre o mundo deles.
Me lembro que havia uma oraçao árabe, dos cavalos, escrita em um muro na área do curso de cavalaría. E aí pedalando antes de chegar, vivia uma espécie de aquecimento entre sonhos e realidade daquele momento.
Isto tudo foi crescendo com o meu amadrecimento e minha idade. E junto a isto muitas pessoas e coisas passaram e deixaram conteúdo e muita lembrança.
Ainda sinto o cheiro do suor dos cavalos em minhas roupas, como se fosse agora.
Horizonte, Granadeiro, Bazuca, Baturité, Fidalgo, Bantú, foram os pacientes professores cavalos a me aturar com meus medos e pouca habilidade, mais a rapadura estava ali para compensa-los!
Depois vieram Damasco, Bandoleiro, Triguer, cavalos de concurso e de maior potencial, e aí ja com uns 16 anos, menino com vontade de ja ser homenzinho.Aprendi que existia um mundo a aprender.
Neste ponto tive exelentes professores, que nao só ensinavam equitaçao como praticas de vida que ate hoje as exerço.
Me lembro que quando estava por ter que parar por motivos de vestibular e faculdade, ja competia com oficiais, cadetes, e civís. Saltavamos 1:40 mts com provas verticais de dificil pratica. Saltavamos jeep 51, carroças com aro de fogo e até um conjunto de cadetes sentados em duas fileiras de bancos com uma mesa de madeira no meio.
Mais nada disto me tirava a atençao dos cavalos, suas caracteristicas , sua vida!
Aí ja vindo de muitos anos, vivia uns cavalos diferentes.
Os cavalos de fazenda.
Êta que diferença de como conviver com eles lá!
Parecia que para entendelos teria que ser rude, praticar descaso. Com excessao de um tio, Geraldo, que os tinha de forma relacional e humana, amando -os mesmo que em atividade de trabalho, os outros parentes e amigos , se riam de mim quando oferecia rapaduras , espigas de milho para eles, e ou quando falava com eles.
As brincadeira e gozaçoes eram constantes,tipo: quem nao usa esporas e chicotes, é maricas! jejejejejejejeje
Que cultura!
Aí chegou o dia de definir profissao, Veterinario, claro.Dr Gentil( veterinario), meu visinho de casa quando tinha até 6 anos.
Depois Dr.Cel Fernades, veterinarios que me permitiram acreditar em um mundo que por obrigaçao teria que estar com os cavalos.rsrsrsrsrsrsrsrs
Que lógica!jejejejeje
Entao aí me transformei, em Dr.
Dr Médico veterinario da UFRRJ, e cavalos durante os 4 anos me acompanharam, mesmo sem usalo para estudo jà possuia uma egua na minha casinha de estudante, e me lembro que ofereciam musica nas festas com o nome da égua.jejejejejejeje
Aí fui para o Jokey Club, nome que para mim era o local máximo do mundo dos cavalos. jejejejejej, Que descepçao, mundo de vicios , luxos, e falcatruas, poucos salvavam disto.E os cavalos, ou melhor centauros? Meio homens, meio cavalos, sofriam as variaçoes do artificialismo, das praticas de doping, de tratamentos imediatistas para correrem sempre, e aí vai.
Graças a luz divina nao fiquei ali muito.
Fui convidado, por nada mais, nada menos, a morar e trabalhar no maior e melhor nucleo de criadores de cavalos da raça mangalarga do Brasil.
E com o capricho de viver na casa do TIOCHICO, filho de Joao Francisco Junqueira , melhor conhecedor e precursor desta raça. Ali pude ter acesso a livros escritos a mao , cadernos e apontamentos, filmes e muitas historias e causos contados por este maravilhoso personagem humano , TIOCHICO.
Viajavamos todos os fins de semana para ver cavalos e ouvir como ele os via e como seu pai diria.
E assim mais uma vez me via ligado ao mundo deste impressionante animal. Mesmo aprendendo tudo que podia de medicina veterinaria, com minha curiosidade e interesse, me aproximaa mais da alma deste estupendo CAVALO.
De Orlandia , andei boa parte do Brasil em nome dos cavalos e pelos cavalos. Ganhei deles passaporte permanente, oportunidade impar de conhecer o mundo e as sociedades.
Criei animais Mangalarga, selecionei-os em caracteristicas de andamento e beleza e junto a isto minha maturidade tambèm foi sendo esculpida. Fiz longas viajens, atravessei estados, rios , montanhas. Atravessei a barreira do tempo e regressei na historia. Vivi locais e culturas de meus antepassados, ao vivo e a cores.
Realizei leiloes, ocupei saloes requintados de sao paulo, com os meus amigos cavalos.Realizei cultos religioso, ensinei oraçoes, criei projetos sociais, tudo com o nobre amigo cavalo.
Ate que um dia, uma cena lúdica, sul realista, me sinalizou mudança.
O meu inseparavel e nobre amigo CAVALO, pede para que eu me afaste deles, e aprenda mais sobre minha especie. Mantendo os em constante estado e equilíbrio e interferindo menos em suas vidas.
Nao me importa hoje o quao louco isto possa vir representar para os outros.
E sim, que mais uma vez, eles influenciaram em minha trajetória de vida para melhor.
Parei com as atividades de Med.veterinario, embrenhei profundamente no meu aprendizado sobre a natureza humana, sai varias vezes do país em busca de conhecimento, e por fim quando achava que nunca mais ia voltar a estar com eles, pois até tinha vendido a maioria dos meus exemplares, recebi um convite da espanha para trabalhar com cavalos.
Algo como um vento vindo do oriente a me chamar. O convite soava diferente. Cavalos, humanos, atividades empresariais, tudo em um só corpo.
E agora em cima de um cavalo branco, de nome Urá( urano em catalao) senti o mesmo vento soprar meus ouvidos da mente, como um se voltasse a entrar em uma estrada que havia abandonado para buscar mantimento.
Me sinto pleno e em paz.
E com as chaves na minha mao, CAVALO, abrirei a porta da minha missao e a realizarei com elegancia e amor, a nobre arte de equitar a vida!
Grato seres cavalos, por seres quem sois, por me tornarem um cavaleiro ser humano.
Simples ser, empatico, gemeo, ligado a voces,Cavalo!
Com voces, ultrapassei o deserto da aridez, da rudeza, da ignorancia.E me agora subo as montanhas do infinito ao encontro do amor divino da relaçao dos seres, da Luz eterna!
FÉ
Lynghola, Lleida 04/01/08